Você provavelmente tem ouvido muito falar sobre a Taxa Selic, mas sabe exatamente o que esse termo significa?
Independente de você ter ou não conhecimento sobre este assunto, é importante entender que essa taxa afeta diretamente a sua vida e a da sua empresa.
Isso porque se trata da taxa básica de juros da economia do Brasil e a cada 45 dias tudo o que envolve a Selic vira notícia no país.
Como as alterações dessa taxa afetam diretamente a rentabilidade de vários investimentos, como Tesouro Direto, poupança e também títulos de Renda Fixa, é preciso entender bem sobre este assunto e aproveitar oportunidades aí na sua empresa.
Por isso, este conteúdo vai te trazer algumas informações básicas para começar a entender melhor o que de fato é essa taxa e como ela tem impacto no seu negócio.
Sobre a Taxa Selic
Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia e serve para nortear as taxas de todos os juros do país, tanto para quem recebe, quanto para quem paga.
O impacto mais direto disso é para quem realiza algum empréstimo ou financiamento em alguma instituição financeira, ou então para quem está investindo.
O Banco Central é o responsável pelo sistema onde acontecem as compras e vendas de títulos públicos e utiliza a taxa Selic para direcionar essas operações.
Isso significa que é por meio dela que se controla o fluxo de emissão e de circulação de recursos financeiros no país. Neste caso, o Governo Federal custeia seu funcionamento por duas formas principais: a arrecadação de impostos e a emissão de dívida.
Ou seja, a Selic é usada para estabelecer o custo dessa dívida e de todas as outras operações de crédito do país.
Essa taxa está atualmente estabelecida em 13,75% ao ano. Essa é a porcentagem definida após a última reunião do Copom em 26/10/2022. Definiu-se, então, que essa taxa se manteria estável, encerrando o ciclo de alta depois de 12 elevações seguidas.
Conheça o Copom
O Comitê de Política Monetária do Banco Central, também conhecido pela sua sigla Copom, é o responsável por definir se a Selic aumenta, diminui ou se mantém estável.
Esse comitê se reúne a cada 45 dias para tomar essa decisão. Em resumo, quanto mais alta a inflação, maior a Selic, e quanto mais baixa a inflação, menor.
Como a Selic influencia a economia do país?
Por falar em inflação, vale ressaltar que os reajustes da Selic puxam outras taxas, como a de juros, de mercado e também de financiamento.
Isso tem influência direta no consumo das famílias, na inflação e no volume de dinheiro existente no mercado. Ou seja, seus efeitos variam de acordo com sua alteração.
Quando ela cai…
Neste caso, o crédito tende a ficar mais acessível, já que os bancos costumam baixar as taxas de juros nessas situações.
Essa queda está diretamente relacionada aos estímulos ao consumo, que aumenta e costuma fazer subir a inflação.
Quando aumenta…
Agora, quando a taxa aumenta, os preços tendem a baixar ou ficar estáveis, como uma consequência do controle da inflação.
No entanto, os juros de crédito, parcelamento e cheque especial costumam ficar mais altos. Por outro lado, caso sua empresa tenha investimentos em renda fixa ou títulos públicos indexados à Selic, os rendimentos também aumentam.
Como a taxa Selic afeta as empresas e a economia?
Uma das principais atribuições do Banco Central é manter a inflação sob controle, evitando repetir os problemas ocorridos nas décadas de 80 e 90.
Nessa época, de acordo com os dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a inflação média no país foi de 233,5% ao ano.
Em resumo, quanto mais poder de compra tiver a população, maior é a inflação. Sendo assim, para controlar essa situação, o Banco Central eleva a taxa básica de juros, ou seja, a Selic meta.
Já com os juros mais altos, o poder de compra diminui, bem como a aquisição de crédito. Assim, a economia desacelera, os recursos em circulação diminuem e os preços retornam aos níveis considerados aceitáveis.
Isso pode parecer simples, mas trata-se de uma estratégia muito complexa e que exige planejamento e cautela por parte do Governo Federal e do Banco Central.
Longos períodos de deflação ou queda rápida e acentuada nos preços podem ser extremamente negativos.
Normalmente, situações como essas forçam as empresas a diminuírem a produção, reduzirem postos de trabalho e até causar o fechamento definitivo das mesmas.
Pode-se dizer, então, que a taxa Selic afeta diretamente as empresas, independentemente de seu porte ou segmento.
Além da questão da oferta e demanda, os empréstimos também são afetados pela Selic. Quando está em alta, pode ser difícil para uma empresa tomar crédito para investir no negócio.
Sendo assim, é comum você ver os setores da economia torcendo pela Selic baixa e a economia estável.
A dica nesta situação é investir em um planejamento financeiro e tributário de curto a longo prazo, pois, assim, sua empresa se torna mais eficiente e se adapta mais rapidamente às mudanças no cenário econômico.
A Selic nos últimos anos
Para quem gosta de acompanhar dados históricos, a Selic está em seu patamar mais baixo dos últimos anos. Para se ter uma ideia, no fim dos anos 1990, a taxa chegou a alcançar a meta de 45% ao ano.
Na década seguinte, a taxa de juros foi caindo gradativamente, mas ainda se manteve em dois dígitos até o fim de 2009.
Entre os anos de 2010 e 2017, a variação ficou entre 7% e 14,25% ao ano. Já o ano de 2021 foi marcado por altas consecutivas na Taxa Selic. Em dezembro daquele ano, o Copom definiu que a taxa básica iria subir para 9,25% ao ano, o maior patamar desde julho de 2017.
O Bacen subiu os juros entre março de 2021 e agosto de 2022. Ao todo, foram 12 elevações seguidas da taxa, que avançou 11,75 pontos percentuais, o maior e mais longo ciclo de alta em 23 anos.
Na reunião do Copom no dia 26/10/2022 – antecipada devido ao feriado de 02 de novembro –, ficou definido pela terceira vez consecutiva que a Selic se mantém em 13,75%.