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Taxa Selic: o que é e como ela afeta a sua vida

31 de outubro de 2022
Taxa Selic: o que é e como ela afeta a sua vida. | Towfiqu Barbhuiya/Unsplash.

Você provavelmente tem ouvido muito falar sobre a Taxa Selic, mas sabe exatamente o que esse termo significa?

Independente de você ter ou não conhecimento sobre este assunto, é importante entender que essa taxa afeta diretamente a sua vida e a da sua empresa.

Isso porque se trata da taxa básica de juros da economia do Brasil e a cada 45 dias tudo o que envolve a Selic vira notícia no país.

Como as alterações dessa taxa afetam diretamente a rentabilidade de vários investimentos, como Tesouro Direto, poupança e também títulos de Renda Fixa, é preciso entender bem sobre este assunto e aproveitar oportunidades aí na sua empresa.

Por isso, este conteúdo vai te trazer algumas informações básicas para começar a entender melhor o que de fato é essa taxa e como ela tem impacto no seu negócio.

Sobre a Taxa Selic

Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia e serve para nortear as taxas de todos os juros do país, tanto para quem recebe, quanto para quem paga.

O impacto mais direto disso é para quem realiza algum empréstimo ou financiamento em alguma instituição financeira, ou então  para quem está investindo.

O Banco Central é o responsável pelo sistema onde acontecem as compras e vendas de títulos públicos e utiliza a taxa Selic para direcionar essas operações.

Isso significa que é por meio dela que se controla o fluxo de emissão e de circulação de recursos financeiros no país. Neste caso, o Governo Federal custeia seu funcionamento por duas formas principais: a arrecadação de impostos e a emissão de dívida.

Ou seja, a Selic é usada para estabelecer o custo dessa dívida e de todas as outras operações de crédito do país.

Essa taxa está atualmente estabelecida em 13,75% ao ano. Essa é a porcentagem definida após a última reunião do Copom em 26/10/2022. Definiu-se, então, que essa taxa se manteria estável, encerrando o ciclo de alta depois de 12 elevações seguidas.

Conheça o Copom

O Comitê de Política Monetária do Banco Central, também conhecido pela sua sigla Copom, é o responsável por definir se a Selic aumenta, diminui ou se mantém estável.

Esse comitê se reúne a cada 45 dias para tomar essa decisão. Em resumo, quanto mais alta a inflação, maior a Selic, e quanto mais baixa a inflação, menor.

Como a Selic influencia a economia do país?

Por falar em inflação, vale ressaltar que os reajustes da Selic puxam outras taxas, como a de juros, de mercado e também de financiamento.

Isso tem influência direta no consumo das famílias, na inflação e no volume de dinheiro existente no mercado. Ou seja, seus efeitos variam de acordo com sua alteração.

Quando ela cai…

Neste caso, o crédito tende a ficar mais acessível, já que os bancos costumam baixar as taxas de juros nessas situações.

Essa queda está diretamente relacionada aos estímulos ao consumo, que aumenta e costuma fazer subir a inflação.

Quando aumenta…

Agora, quando a taxa aumenta, os preços tendem a baixar ou ficar estáveis, como uma consequência do controle da inflação. 

No entanto, os juros de crédito, parcelamento e cheque especial costumam ficar mais altos. Por outro lado, caso sua empresa tenha investimentos em renda fixa ou títulos públicos indexados à Selic, os rendimentos também aumentam.

Como a taxa Selic afeta as empresas e a economia?

Uma das principais atribuições do Banco Central é manter a inflação sob controle, evitando repetir os problemas ocorridos nas décadas de 80 e 90.

Nessa época, de acordo com os dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a inflação média no país foi de 233,5% ao ano.

Em resumo, quanto mais poder de compra tiver a população, maior é a inflação. Sendo assim, para controlar essa situação, o Banco Central eleva a taxa básica de juros, ou seja, a Selic meta.

Já com os juros mais altos, o poder de compra diminui, bem como a aquisição de crédito. Assim, a economia desacelera, os recursos em circulação diminuem e os preços retornam aos níveis considerados aceitáveis.

Isso pode parecer simples, mas trata-se de uma estratégia muito complexa e que exige planejamento e cautela por parte do Governo Federal e do Banco Central.

Longos períodos de deflação ou queda rápida e acentuada nos preços podem ser extremamente negativos.

Normalmente, situações como essas forçam as empresas a diminuírem a produção, reduzirem postos de trabalho e até causar o fechamento definitivo das mesmas.

Pode-se dizer, então, que a taxa Selic afeta diretamente as empresas, independentemente de seu porte ou segmento.

Além da questão da oferta e demanda, os empréstimos também são afetados pela Selic. Quando está em alta, pode ser difícil para uma empresa tomar crédito para investir no negócio.

Sendo assim, é comum você ver os setores da economia torcendo pela Selic baixa e a economia estável.

A dica nesta situação é investir em um planejamento financeiro e tributário de curto a longo prazo, pois, assim, sua empresa se torna mais eficiente e se adapta mais rapidamente às mudanças no cenário econômico.

A Selic nos últimos anos

Para quem gosta de acompanhar dados históricos, a Selic está em seu patamar mais baixo dos últimos anos. Para se ter uma ideia, no fim dos anos 1990, a taxa chegou a alcançar a meta de 45% ao ano.

Na década seguinte, a taxa de juros foi caindo gradativamente, mas ainda se manteve em dois dígitos até o fim de 2009.

Entre os anos de 2010 e 2017, a variação ficou entre 7% e 14,25% ao ano. Já o ano de 2021 foi marcado por altas consecutivas na Taxa Selic. Em dezembro daquele ano, o Copom definiu que a taxa básica iria subir para 9,25% ao ano, o maior patamar desde julho de 2017. 

O Bacen subiu os juros entre março de 2021 e agosto de 2022. Ao todo, foram 12 elevações seguidas da taxa, que avançou 11,75 pontos percentuais, o maior e mais longo ciclo de alta em 23 anos.

Na reunião do Copom no dia 26/10/2022 – antecipada devido ao feriado de 02 de novembro –, ficou definido pela terceira vez consecutiva que a Selic se mantém em 13,75%.

Por Equipe Cora
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